segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sensações



Uma das técnicas para aumentar a presença no aqui e no agora, é observar as sensações que existem no corpo ou numa parte especifica do corpo. 

Observar as sensações é diferente de perceber as sensações, pois perceber as sensações significa automaticamente que estamos a dar-lhe um significado, que estamos a “pensar” sobre elas, isto é, estamos a recorrer à nossa percepção, estamos a recorrer ao nosso passado. Percepção é diferente de Sensação.

Observar as sensações refere-se a observar o resultado imediato, não processado, da estimulação dos receptores sensoriais: olhos, ouvidos, nariz, língua e pele.

O convite de hoje é observares uma sensação que te surge agora no teu corpo, e permaneceres na sensação sem percepção, permaneceres só com a sensação. 
(Provavelmente, conseguirás permanecer, só com a sensação, milésimos de segundos, não tem nada de certo ou de errado nisso, permanece o tempo que conseguires, com a prática o tempo de permanência aumenta.)

Gosto pela prática

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Trabalhando a consciência - 50% dentro : 50% Fora




Muitos de nós vivemos as nossas vidas segundo a imagem que fazemos do universo, da natureza ou do meio social, isto é, vivemos segundo a imagem que temos do exterior. Reproduzimos crenças e padrões de acções reforçados pela família, pela educação, e pelos média, sem nos conectarmos com o nosso interior, isto é, vivemos sem noção do aspecto do nosso ser físico interior, no qual fica inscrito toda a nossa experiência. Vivemos negligenciando, ignorando a nossa realidade interior e a fonte de nossa auto-nutrição, nosso corpo, porque não sabemos descodificar a sua comunicação.
O corpo fala uma linguagem diferente da linguagem alfabética, o corpo fala a linguagem das sensações e das moções. E sim nós também podemos participar nesta linguagem neuromuscular e bioquímica, basta para tal, abrirmos espaço, um espaço de escuta e de atenção ao corpo.

O contrário também pode acontecer, isto é, vivermos unicamente no espaço de escuta interna e negligenciarmos o espaço de escuta externa.

Como é que tu vives? Vives 100% dentro ou 100% fora? Ou vives 50% dentro, 50% fora?
Como sabes que estás escutar o exterior? Como sabes que estás a escutar o interior?


Gosto pela prática

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Emoção & Razão



A cultura tornou o corpo inferior à mente, as emoções menores que a razão.

Vivemos como tivéssemos de pedir autorização à nossa mente para sentir, como se tivéssemos de pedir autorização à sociedade para sentir emoções, que segundo a sociedade estão divididas em más/boas ou negativas/positivas.

As emoções não são más/boas ou negativas/positivas, ou tão pouco prejudicam quem quer que seja, as emoções são emoções. As emoções não são acções.


Enquanto a sociedade funcionar no "deverás" ou "não deverás", não haverá espaço para a aprendizagem do "como proceder", não haverá espaço para aprendizagem do sentir a emoção verdadeira, e a sua respectiva transformação numa acção conectada com inteligência sensível.

Mente e Corpo não estão separados, mente e corpo estão juntos e fazem parte do mesmo corpo biológico, que és tu.

Como conectas o teu corpo e a tua mente?
Como conectas a tua emoção e a tua razão? 
Como conectas a tua emoção-razão-acção?
Como sentes esta hierarquia no teu corpo?


Gosto pela prática

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A Tristeza não é triste


Muitas vezes nos sentimos tristes, o que nos leva muitas vezes a pensar, “queria tanto estar animado, sem esta tristeza que me persegue”, e se eu te disser, que nessas alturas o melhor é mesmo sentir a tristeza, tu acreditas?
Sim, a tristeza é uma das emoções biológicas universais, que tem como principal propósito a adaptação a alguma perda ou infortúnio da vida. Sem ela seriamos completamente avessos a perdas. 
  • A tristeza ajuda-nos a deixar ir o que perdemos, ou que já acabou, ajuda-nos a despedirmo-nos, a dizer adeus ao que tanto respeitamos, e abrir um novo espaço para o novo, para o crescimento, para novas pessoas ou para novas “coisas”. As lágrimas lavam o corpo, lavam a alma, permitem o desprendimento e a criação de um novo espaço.
  • A tristeza ajuda-nos a abrandar a nossa vida para recuperar um novo olhar, uma nova energia, a recuperar uma nova vida que “surge”. 
  • A tristeza também tem a função de criar empatia nos outros, quando manifestada, permitindo-nos receber cuidados, consolo e ajuda, permiti-nos ter um ombro amigo de suporte num momento difícil das nossas vidas, permite-nos ficar acompanhados. 

Quando expressamos, adequadamente a nossa tristeza e não acumulamos tristezas, entregamos o que é do passado ao passado e mais facilmente nos movimentamos para o presente, prontos e disponíveis para as novas possibilidades.
E tu, como vives as tuas tristezas? Permites-te despedir do teu passado, para estar mais presente? E hoje, já te despediste do ontem?
A tua "qualidade" de alegria é sentida pela tua "qualidade" de tristeza, nada é eterno
heart emoticon

Gosto pela prática

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Emoções




Biologicamente as emoções não são positivas ou negativas, boas ou más, embora, tendencialmente as dividimos como tal, de acordo com a nossa facilidade em as gerir/lidar. 
Por norma, classificamos de más as emoções que temos dificuldade em lidar/gerir, e de boas as emoções que temos facilidade em lidar/gerir. As emoções que nos são favoráveis classificamos de positivas e as emoções que nos são desfavoráveis classificamos de negativas. Esta classificação varia de pessoa para pessoa e de sociedade para sociedade.

No entanto, biologicamente as emoções são estratégias, que facilitam a nossa acção rápida com vista:
- à Adaptação, ou 
- à Sobrevivência e/ou 
- ao Bem-estar. 

As emoções ajudam-nos nas relações com os outros e nas demandas da vida, as emoções quando escutadas dizem-nos o que nós precisamos. E para nos conectarmos com o que realmente precisamos, é necessário conectarmos com as nossas emoções independentemente do nosso julgamento sobre elas.

O convite de hoje é de conexão com as tuas emoções sem julgamentos de positivo ou negativo, de boa ou má. Aceitando sim o que sentes, aceitando sim o que precisas.

Gosto pela prática

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Exercício de Grounding



Quantas vezes durante o dia te conectas com os teus pés? Isto é, quantas vezes durante o dia levas a tua atenção para os teus pés, para a forma como caminhas, para a forma como colocas os teus pés no chão? 

- Quando estás parado de pé, por exemplo numa fila à espera de ser atendido, como ficam os teus pés? Colocas todo o peso num só pé? Os teus pés ficam irrequietos e não há posição confortável para estar parado? Entrelaças as pernas e os pés ficam cruzados? Colocas os pés paralelos e o peso fica distribuído pelos dois pés? Etc, etc.

- Quando estás sentado como colocas os teus pés? Cruzas as pernas ficando só com um pé no chão? Colocas os dois pés no chão ficando os dois paralelos? Colocas os dois pés no chão mas um fica à frente do outro? Cruzas os pés? Ficas com os pés irrequietos e não tens posição para eles? Etc, etc.


- Como se mexem os teus dedos dos pés? Sempre que podes mexes os dedos dos pés?


O objectivo deste exercício não é fazer julgamentos sobre os teus pés, é sim observar como pousas no chão os teus pés, como se mexem os teus pés e os seus dedos. 
  
Para finalizar, quando foi a última vez que olhaste para os teus pés? Quando foi a última vez que massajaste os teus pés? 
Nota: levar a atenção para os pés é diferente de olhar os pés. Mexer os pés é diferente de massajar os pés.

Gosto pela prática

domingo, 16 de agosto de 2015


Grounding, enraizamento ou “ter os pés no chão” em português de Portugal. “Pés no chão” capacidade de nos conectarmos com nós mesmos e com a realidade interior e externa. 


Convite: descalçar sapatos/meias e pousar os dois pés no chão como sempre costumas fazer.
Agora observa os teus pés, e repara como eles estão pousados no chão, após essa observação o convite de hoje é colocares os teus pés paralelos e ligeiramente distantes um do outro, de forma a ficarem à largura dos teus ombros. Após esta ligeira correcção, o convite é perceber as diferenças, não é julgar as diferenças é perceber as diferenças, isto é, quais são as novas sensações que surgem quando colocas os teus pés paralelos? Sentes mais tensão? Ou sentes mais apoio? Sentes-te estranho ou é mais confortável? Etc, etc. Não existe sensações certas ou erradas, existe sim o que estás a sentir.

Agora, mantendo os teus pés paralelos, o convite é observar os teus dedos dos pés, como eles estão? Estendidos ou comprimidos? O convite é, mantendo os pés paralelos, experimenta expandir os dedos dos pés o mais que conseguires, de forma a aumentar a tua área de contacto com o chão, como se os teus pés crescessem através dos dedos. Agora observa o que sentes? Sentes mais equilíbrio ou desequilíbrio? Sentes-te mais estranho ou com mais apoio? Sentes-te colado ao chão ou a levantar voo? Etc, etc. Não existem sensações certas ou erradas, existe sim o que estás a sentir.

O próximo convite é sentir/observar o “mundo” a partir daí, dessa nova área de superfície de contacto, mais ampliada e mais perto do chão.

Gosto pela prática